A reflexão do psicanalista Christian Dunker sobre como a interação nas redes deforma a noção do 'eu'

A reflexão do psicanalista Christian Dunker sobre como a interação nas redes deforma a noção do 'eu'

Estamos cada vez menos dispostos a demonstrar nossas vulnerabilidades. A não ser que elas sejam calculadamente expostas de forma que nos rendam louros à nossa nova forma de sociabilidade: redes de exposição em que a vigilância é exercida de forma voluntária, e não por um "ser" que tudo controla.

Ao mesmo tempo, formatamos o nosso ego sem uma verdadeira referência do "outro". Perdemos a noção de que o mundo é maior do que o que representa os nossos filtros-bolhas. Nos tornamos pequenos e, ao mesmo tempo, egocêntricos. Criamos esse fetiche que nos faz pensar o quanto nosso clique, like ou unfollow é importante.

O que significará, então, amar? Para Christian Dunker, psicanalista e autor do livro Reinvenção da intimidade: Políticas do sofrimento cotidiano, o amor será uma substância cada vez mais rara e por isso mesmo cada vez mais preciosa.

"Sua ocorrência se torna mais improvável. Estamos intoxicados com formas pré-fabricadas de amar e ser amado, formas institucionalizadas e garantistas de nos prevenir contra as decepções e dores, que são horríveis mesmo", comenta em entrevista ao HuffPost Brasil.

O psicanalista e professor Christian Dunker.
CHRISTIAN DUNKER/DIVULGAÇÃO

A convite do HuffPost Brasil, o psicanalista refletiu sobre temas como relacionamentos, redes sociais, monogamia e narcisismo. Leia os melhores trechos da conversa:

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *